Jesus: o caminho, a verdade e a vida


Palavra de Deus: Jo 14, 1-6

Como Discipulado de Jesus Cristo fomos agraciados desde os inícios de nossa fundação como Movimento da Palavra de Deus, carisma que nestes seis anos de organização do DJC Fortaleza o Senhor vem confirmando cada vez mais. E diante deste carisma de ser e formar discípulos missionárias no caminho da Palavra de Deus, Palavra esta que nos santifica (Jo 17,17) e nos prepara para toda boa obra (2Tm 3,17) devemos nos questionar: o que ou quem é essa Palavra?
E a primeira coisa a considerar ao responder a esta questão é: esta Palavra de que falamos não é apenas um livro sagrado, mas é uma pessoa. “Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho (Heb. 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado «como homem para os homens» (3), «fala, portanto, as palavras de Deus» (Jo. 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cfr. Jo. 5,36; 17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cfr. Jo. 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.” (Dei Verbum) Enquanto outras religiões e seitas têm uma relação com um deus que é algum tipo de poder, energia, inteligência suprema que não interage com os seres humanos, o nosso Deus é uma pessoa divina que vem ao encontro do homem e com quem ele é chamado a se relacionar.A palavra do senhor permanece eternamente. E esta é a palavra do Evangelho que vos foi anunciada» (1 Pd 1, 25; cf. Is 40, 8). Com esta citação da Primeira Carta de São Pedro, que retoma as palavras do profeta Isaías, vemo-nos colocados diante do mistério de Deus que Se comunica a Si mesmo por meio do dom da sua Palavra. Esta Palavra, que permanece eternamente, entrou no tempo. Deus pronunciou a sua Palavra eterna de modo humano; o seu Verbo «fez-Se carne» (Jo 1, 14). Esta é a boa nova. Este é o anúncio que atravessa os séculos, tendo chegado até aos nossos dias.” (Verbum Domini)
A segunda coisa a considerar é: para nos relacionarmos verdadeiramente com alguém precisamos conhecer profundamente esta pessoa e só o poderemos fazer através de uma convivência frequente com ela. E como podemos conviver com Jesus? A resposta é simples e está ao nosso alcance: através da Sagrada Escritura. Já dizia São Jerônimo: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o próprio Cristo”. E também a Igreja nos diz: “Por conseguinte, a Palavra divina exprime-se ao longo de toda a história da salvação e tem a sua plenitude no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. E Palavra de Deus é ainda aquela pregada pelos Apóstolos, em obediência ao mandato de Jesus Ressuscitado: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15). Assim a Palavra de Deus é transmitida na Tradição viva da Igreja. Enfim, é Palavra de Deus, atestada e divinamente inspirada, a Sagrada Escritura, Antigo e Novo Testamento. Tudo isto nos faz compreender por que motivo, na Igreja, veneramos extremamente as Sagradas Escrituras, apesar da fé cristã não ser uma «religião do Livro»: o cristianismo é a «religião da Palavra de Deus», não de «uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo». Por conseguinte a Sagrada Escritura deve ser proclamada, escutada, lida, acolhida e vivida como Palavra de Deus, no sulco da Tradição Apostólica de que é inseparável.” (Verbum Domini)
“21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).” (Dei Verbum)
A própria Igreja nos atesta que a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, ou seja, Jesus de Nazaré. Toda a Bíblia, mesmo o Antigo Testamento nos remete a Jesus, pois como nos dizia São João: «No princípio já existia o Verbo,
e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (…)
e o Verbo fez-Se carne» (Jo 1, 1.14).
Assim, meus irmãos, o modo como temos de conhecermos o Senhor, de entrarmos em sua intimidade para nos unirmos cada vez mais a Ele é nos colocando com todo o ser para meditar a Sua Palavra, dispondo do nosso tempo para estar com Ele através da Meditação Orante da Palavra de Deus (MOPD) diariamente, lendo com amor e zelo a Bíblia, o Temário e fazendo fielmente o nosso Curso Bíblico. Sem isto é impossível conhecer o Senhor.
Mas talvez você me diga como o fazem os meus alunos: professora, já tem você para explicar tudo para a gente, não preciso ler o livro. Acontece que, mesmo na aula, apresento as minhas conclusões e o fruto de minhas experiências com aquele tema estudado. Se a pessoa só ouve o que eu falo e se limita a repetir, com certeza não formará seu próprio pensamento nem desenvolverá uma visão crítica da realidade. Do mesmo modo, se nós no DJC nos limitarmos a ouvir as pregações dos outros, seja na Santa Missa, no Siloé, nas fraternidades ou outros eventos e não reservamos tempo para estar a sós com o Senhor, não cresceremos no conhecimento da Palavra (de Jesus), porque este conhecimento não é algo teórico, é experiencial. Eu preciso estar com Ele, conhecê-lo por Ele mesmo e não apenas através de interpretes. Pela meditação orante vou conhecendo o Senhor Jesus de um modo profundo, íntimo e as certezas/ convicções de Sua existência, de Seus cuidados e de Sua presença na minha vida vão se fortalecendo do interior para o exterior, de dentro para fora, de modo que vou me deixando formar pelo próprio Senhor que me convida a imitar seu próprio modo de vida. E assim, da mesma forma que na história da salvação Deus foi se revelando aos poucos ao povo de acordo com o desenvolvimento humano e sociocultural, assim também no nosso encontro pessoal com Ele, a cada dia, vai se revelando segundo nossa capacidade de compreensão e disposição interior para acolhê-lo, ou seja, meu grau de intimidade com o Senhor, meu nível de maturidade espiritual irão me permitindo a cada dia crescer mais ainda neste conhecimento. E aqui precisamos vencer a grande tentação que temos na caminhada: deixar de meditar a Palavra e orar com Ela quando não se sente fervor algum ou de ficar esperando a vontade chegar para fazê-lo. Não se reza para sentir coisas, mas para entrar em união com Deus, independente das consolações ou graças espirituais que se possa receber ou sentir. E esta tentação se vence com uma orientação simples do DJC: DISCIPLINA. “Agarre-se à disciplina, e não a solte; pratique a disciplina, porque ela é a sua vida” (Pr 4, 13).
Como Movimento da Palavra de Deus fomos chamados a evangelizar as pessoas com carisma próprio, focado nessa escuta íntima e profunda da Palavra que se deve tornar viva no nosso dia a dia, pois que dela daremos testemunho e anunciaremos a outros como DJC. Mais do que outras pessoas ou movimentos, nós temos a responsabilidade de comunicar a Palavra do Pai (Jesus) a outros de modo autêntico e eficaz. Por isso, convido que tomemos para nós as orientações que a Igreja apresenta através desse trecho da Dei Verbum: “25. É necessário, por isso, que todos os clérigos e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como os diáconos e os catequistas, se consagram legitimamente ao ministério da palavra, mantenham um contato íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo aturado, a fim de que nenhum deles se torne «pregador vão e superficial da palavra de Deus por não a ouvir de dentro» (4), tendo, como têm, a obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados as grandíssimas riquezas da palavra divina, sobretudo na sagrada Liturgia. Do mesmo modo, o sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis, mormente os religiosos, a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo» (5). Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos» (6).” Dei Verbum
Mas talvez você ainda esteja se perguntando: E por que devemos mesmo conhecer Jesus? Ora, escute o que Ele mesmo disse: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6). É Ele o fundamento de tudo o que existe, sem Ele nada teria sido feito, sem Ele nós nem existiríamos, sem Ele não teríamos Vida Eterna como nos dizia São Pedro:  Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6, 68).
“Jesus hoje nos ensina que Ele e o Pai são um só. Jesus nos ensina que Ele voltará para junto do Pai; que as criaturas humanas têm um destino eterno; Jesus nos ensina que Ele é o único caminho de acesso a Deus, e que os apóstolos, em conhecendo esse caminho, deviam encher-se de fé e de confiança na sua misericórdia.
O homem e a mulher vivem, nestes tempos de sociedade líquida, sempre apreensivo. A apreensão faz parte da natureza humana e não poderia ser diferente com os apóstolos. Todos nós queremos ver ao Pai, sentindo um desejo, menor ou mais intenso, de ver o rosto de Deus. E na procura de Deus, precisamos de pontos de referência para não nos perder. Jesus se coloca como ponto de referência, seja para vencer a angústia pelo que pode acontecer, seja para encontrar a Casa do Pai e fazer comunhão com Ele.
O Evangelho de hoje(cf. Jo 14,1-12) é o Testamento de Jesus. Por isso os ensinamentos são repletos de emoção, conselho e de encantamento espiritual.
E o testamento de Jesus nos deixa verdades acerca de nossa fé: Jesus é igual ao Pai; toda a obra de Jesus é divina e salvadora; a criatura humana tem um destino e um horizonte eterno; esse horizonte e destino é garantido por Jesus aos que tiverem fé nele; Jesus é o caminho que une a terra ao Céu e por esse caminho a criatura humana pode chegar a Deus; por Jesus conhecemos toda a verdade em torno de Deus; a vida não se esgota aqui na terra e Jesus reparte com o homem o poder de salvar.
Estas são as verdades fundamentais do cristianismo, por isso não podemos deixar o nosso coração se perturbar por coisas pequenas diante da normalidade da vida.
Jesus confia no homem e na mulher e o cobre com seu manto protetor!  Por isso o próprio Cristo anunciou aos seus: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos tempos” (cf. Mt 28,20). Jesus não só assumiu a condição humana nos anos de sua vida terrena, mas para todo o sempre.  Jesus é o nosso companheiro de caminhada, de trajetória e por isso nos encoraja.”
Embora nos pareça evidente que Jesus seja nosso caminho, verdade e vida. E, aparentemente, até estejamos convencidos de que Ele vencerá tudo, até mesmo a morte, concedendo-nos a vida eterna, na prática não nos comportamos com essa convicção e agimos como os discípulos ao saberem de tudo o que o Senhor Jesus precisaria sofrer até chegar à gloria da ressurreição. Ficamos temerosos, inseguros, incrédulos, sem esperança e andamos como que cegos, apegando-nos a uma série de falsas doutrinas que surgem por aí, a verdades mais cômodas, a modos de vida mais fáceis. E Jesus, a Palavra de Deus, o Verbo do Pai, em vez de nos abandonar por causa de nossa cabeça dura, reforça para nós: para onde eu vou, vocês já sabem o caminho. E mesmo a gente continuando a insistir: mas Senhor, nem sabemos para onde vais, como podemos saber o caminho? Ele nos revela claramente, para romper a nossa cegueira espiritual, Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim.
Não existe outro caminho para o Pai, a não ser o Filho (Jesus). Fora deste Caminho santo ninguém consegue chegar ao Pai. Jesus é o método para chegar ao Pai. É preciso, portanto, permanecer nEle. De outro lado, quem está neste Caminho já está também no Pai, pois o Pai e o Filho são um.
Precisamos gravar em nosso coração que “não há salvação em nenhum outro, pois não existe debaixo do Céu outro nome dado aos homens, pelo qual tenhamos de ser salvos!” (Atos 4,12) e “todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo!” (Rm 10,13). É nEle e tão somente nEle que podemos ancorar a nossa vida, colocar a nossa esperança, pois “Somente Jesus Salvador pode estender a mão e dar o favor da sua Graça que redime, cura, liberta e batiza no Espírito Santo a todos aqueles que o invocam e depositam nele a sua esperança.”
No entanto, este Caminho, esta Verdade e esta Vida exigem exclusividade. Não é possível caminhar com Cristo e sem Cristo ao mesmo tempo. Não é possível ser e não ser cristão ao mesmo tempo. A caminhada exige coerência: ou sou de Jesus Cristo e me deixo conduzir por Ele ou não pertenço a Ele. O próprio Jesus nos diz: Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro (Mt 6,24). O único Caminho é Jesus, mas somente eu posso decidir se permaneço nEle ou não. E esta permanência significa viver a vida como Jesus Cristo viveu, seguindo o modelo que é Jesus em todas as dimensões de nossa vida, dizendo sim a tudo o que edifica a vida cristã e dizendo não a tudo que a fere e a destrói.
E mais, quem vive essa experiência de entrega total a Jesus Salvador não poderá calar-se, mas sentirá o profundo desejo de comunicá-la a outros. O Espírito Santo o impulsionará como impulsionou Jesus e os apóstolos a levarem a evangelização até as últimas consequências pela salvação das almas. “Contágio acontece em presença de alguém que tem a doença, não de alguém que fala da doença” (Raniero Cantalamessa). Aquele que foi contagiado pelo poder do Espírito Santo não consegue fechar-se no seu mundo interior, esquecendo os irmãos que tanto necessitam conhecer o Caminho, a Verdade e a Vida. E disso lhe vem profundo desejo de evangelizar, de permitir que outros vivam o mesmo. “Parecia-me que mil vidas daria para remédio de uma alma, das muitas que ali se perdiam (Santa Teresa de Jesus).
“91. O Verbo de Deus comunicou-nos a vida divina que transfigura a face da terra, fazendo novas todas as coisas (cf. Ap 21, 5). A sua Palavra envolve-nos não só como destinatários da revelação divina, mas também como seus arautos. Ele, o enviado do Pai para cumprir a sua vontade (cf. Jo 5, 36-38; 6, 38-40; 7, 16-18), atrai-nos a Si e envolve-nos na sua vida e missão. Assim o Espírito do Ressuscitado habilita a nossa vida para o anúncio eficaz da Palavra em todo o mundo. É a experiência da primeira comunidade cristã, que via difundir-se a Palavra por meio da pregação e do testemunho (cf. Act 6, 7). Quero citar aqui particularmente a vida do Apóstolo Paulo, um homem arrebatado completamente pelo Senhor (cf. Fl 3, 12) – «já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20) – e pela sua missão: «Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16), ciente de que em Cristo se revela realmente a salvação de todas as nações, a libertação da escravidão do pecado para entrar na liberdade dos filhos de Deus.” (Verbum Domini)
E por isso, São Paulo dizia: Os judeus pedem sinais e os gregos procuram a sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Mas, para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, ele é o Messias, poder de Deus e sabedoria de Deus. A loucura de Deus é mais sábia do que os homens e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Portanto, irmãos, vocês que receberam o chamado de Deus, vejam bem quem são vocês: entre vocês não há muitos intelectuais, nem muitos poderosos, nem muitos de alta sociedade. Mas, Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o que o mundo pensa que é importante. Desse modo, nenhuma criatura pode se orgulhar na presença de Deus. Ora, é por iniciativa de Deus que vocês existem em Jesus Cristo, o qual se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e libertação, a fim de que, como diz a Escritura: «Aquele que se gloria, que se glorie no Senhor». (1Cor 1, 22-31).
Portanto, vivamos com alegria, amor e zelo o carisma que o Bom Deus nos presentou, crescendo no conhecimento experiencial de Sua Palavra  para podermos atingir a estatura de Cristo, Ele que “é chamado pelo nome de Palavra de Deus” (Ap 19, 13). “A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo. Então, já não seremos crianças, jogados pelas ondas e levados para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e pela astúcia com que eles nos induzem ao erro. Ao contrário, vivendo amor autêntico, cresceremos sob todos os aspectos em direção a Cristo, que é a Cabeça” (Ef 4, 13-15).
E se vivermos com amor esta vocação que recebemos estaremos cumprindo nossa missão no seio da Mãe Igreja, ajudando-a a guardar o bom depósito da fé, discipulando todos os povos e instaurando o Reino de Deus no meio de nós. Lembremos sempre que nosso carisma é fundamental na evangelização do mundo atual, pois este, mais do que nunca, tem desejo da verdade, mesmo quando guiado por suas fraquezas se deixa envolver por mentiras e se torna presa fácil das astúcias de Satanás e ignora que seu desejo último é desejo da Verdade, não de qualquer doutrina relativista, mas desta Verdade que é Jesus, visto que “Quem procura a verdade, busca Deus mesmo sem o saber (Edith Stein).
É pela Palavra, com a Palavra e na Palavra sob a unção do Espírito Santo que seremos plenamente realizados como discípulos e também seremos bons apóstolos de Jesus no cumprimento do seu mandato missionário: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado” (Mc 16, 15-16). Sem isto é impossível fazer caminhada discipular e, muito menos, testemunhar Jesus, com a própria vida, para os outros.
Assim, façamos o que nos pede o nosso grande patrono e baluarte São Paulo:
“Rogo a você diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de vir para julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e por seu Reino: proclame a Palavra, insista no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando com toda paciência e doutrina. Pois vai chegar o tempo em que não se suportará mais a doutrina; pelo contrário, com a comichão de ouvir alguma coisa, os homens se rodearão de mestres a seu bel-prazer. Desviarão seus ouvidos da verdade e os orientarão para as fábulas. Quanto a você, seja sóbrio em tudo, suporte o sofrimento, faça o trabalho de um anunciador do Evangelho, realize plenamente o seu ministério” (2Tm 4, 1-4).
“Como no início da Igreja, também hoje, o que pode abalar o mundo do torpor da incredulidade e convertê-lo ao Evangelho não são as apologias, os tratados teológicos e políticos, ou as discussões intermináveis; é o anúncio simples, mas forte da própria força de Deus, que “Jesus é o Senhor” (Raniero Cantalamessa).

Edilma Saboia
Assistente Geral do Desenvolvimento Integral

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About Missão Família em Oração

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